sábado, 12 de fevereiro de 2011

Fogo de Pandora ...

Fogo de Pandora...

Dou-me de graça
mas não me vendo por preço nenhum.
Já me confiei ao silêncio
e sobrevivi.
Se me tratares bem
poderás destruir-me,
mas se me tratares mal
saberei bem defender-me.
Sou mulher, sabes,
tenho séculos de maus tratos nas veias
e ainda não morri.
Dei-te a minha alma
mas não o meu corpo.
Ainda é cedo para cortar a noite às fatias.
Agora somos muitos na família
mas ainda poucos para tanta noite.
Eu sei esperar.
Quem tem tampa é a caixa
e não Pandora
(e Pandora não é uma caixa).

De:Maria José Meireles

2 comentários: